Não há ninguém no mundo que lhe conheça melhor do que você. Ando pensando muito nisso porque, em momentos de crise pessoal, acabo ouvindo o que os outros têm a dizer sobre mim com um filtro muito mais permeável do que o usual. Concordo que às vezes é bastante difícil compreender a situação como um todo quando se está envolvida nela, mas precisamos conseguir.
As pessoas têm suas neuroses e traumas, que acabam influenciando seu julgamento e tornando suas opiniões menos confiáveis. Isso sem falar nos interesses pessoais que inevitavelmente povoam todas as suas ações, e que normalmente diferem dos seus. Desta forma, é imprescindível que pensemos por nós mesmos, pois somos as únicas pessoas em que podemos confiar completamente - pelo menos em intenção.
Já esperei muito de muita gente. Hoje em dia, não espero quase nada. Podem me chamar de pessimista, mas prefiro confiar nos meus braços e pernas do que nas ações e reações de outros. Ainda não aprendi a não me decepcionar, por isso não gosto de contar com a ajuda de ninguém. Isso não significa que eu ache que as pessoas são más ou coisa do tipo, mas sim que cada um tem a obrigação de cuidar de si e não tem obrigação nenhuma de cuidar dos outros. Como eu já disse neste blog anteriormente, acho que a maior virtude de alguém é não esperar ser salvo, é salvar-se por si só - ou seja, não achar que sempre haverá alguém (Deus, pais, governo...) para ajudá-lo a sair de alguma encrenca, mas trabalhar para resolver seus próprios problemas. Não é que não possamos aceitar ajuda oferecida por alguém querido, ou mesmo pedir, mas não podemos contar com isso.
Ser ajudado por alguém que gosta de nós e quer nosso bem é ótimo, mas se não formos, isso não é uma grande decepção - nem mesmo nos questionaremos "por que fulano não me ajudou?", simplesmente resolveremos nossos problemas sozinhos.
Há algum tempo atrás eu confiei nos instintos de outros, o que me trouxe bons e maus resultados. Agora, só farei o que julgar necessário e interessante para mim. Vou pensar por mim e para mim, sem ídolos ou superegos personificados.
Acho que este é o caminho da felicidade: pensar por mim mesma.