sexta-feira, 23 de maio de 2008

Quero-quero

Eu quero me expor.

Quero ultrapassar,
quero me abrir.

Eu escolho a felicidade,
Mesmo que inicialmente emulada.

Eu quero chorar de alegria,
Não quero mais engolir a tristeza.

Quero viajar em mim,
Quero ter certeza,
Quero criar,
Quero sorrir.

Quero me seduzir.
Me atrair por tudo aquilo que eu sou,
Que eu crio,
Que eu cuido.

Quero amar,
Quero arrumar,
Quero abrir o peito e tentar.
Abraçar minha vontade
Construir minha personalidade
Gozar do êxito de uma escolha bem feita.

O mundo é pequeno. Mínimo.
E meu coração é enorme. À prova de balas.
As possibilidades são infinitas.
Basta tentar.

- Diana em 23/05/2008

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Música

"Quem ouve música sente sua solidão de repente povoada"
- Robert Browning

Não faço a mínima idéia de quem seja esse Robert Browning, mas acho essa frase perfeita. Estava discutindo gostos musicais com um amigo e parei pra pensar no porque eu gostava ou não de uma determinada música. Tinha ouvido essa frase há um tempo e imediatamente pensei nela.
Com certeza há uma explicação biológica para isso, mas a sensação de ouvir uma música que se encaixa perfeitamente no momento que se está vivendo é maravilhosa. É como se ouvir, se perceber, se aliviar. Permite, no momento seguinte, dar um passo atrás e olhar as coisas de uma forma mais clara. É catártico, sim. Mas depois da manifestação ID-ota de sentimentos, depois de ouvir sua voz na voz de outro, fica mais fácil pensar.

Então, fiquei pensando... Acho que gosto de músicas que me acompanhem, nos mais variados momentos da minha vida. Gosto de músicas que pareçam feitas pra mim, que dão forma sonora aos meus pensamentos (para efeito de clareza, não significa que eu goste de todas as letras de todas as músicas que gosto... a melodia e a emoção do intérprete estão, muitas vezes, mais sintonizadas comigo do que as letras).

Gosto também de músicas que me façam esquecer do mundo, que me façam querer dissolver e me tornar parte delas - é o caso de Hip Hop e Soul pra mim. Há algo de mágico no balanço e no quanto eu relaxo quando danço esses ritmos. Talvez tenha algo a ver com a minha freqüência cardíaca... Fui a uma Festa Phunk - que toca basicamente black music - em março, e o som estava simplesmente perfeito. Foi um momento de êxtase sensorial...

Ainda, há os casos de músicas que nos marcam por nos lembrarem alguém, algum momento, algum lugar, alguma fase da nossa vida... Eu sempre vou ficar emocionada ao ouvir "Sad Lisa", "Light Years", "Black Bird", "Coming back to life" e "Deep Water"; ou empolgada ao ouvir "O Salto", "Marcinho de Bangu" ou "Can't stop me now"... "Bohemian Rhapsody" sempre vai me lembrar a Marcelle, "Hips don't lie" a Natasha, "Papo de surdo e mudo" a Rebeca, "Metade" meu pai, "My way" minha mãe...

Música nos faz companhia, nos conecta, marca... Pra mim é uma lembrança melhor do que fotografias, porque carrega junto o que sentíamos, os cheiros, gostos, sensações, conclusões... É a expressão máxima da sensibilidade do ser humano e da sua capacidade de usar as mais variadas linguagens para construir algo simplesmente maravilhoso.

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"The fundamental difference between music and the other arts lies in the fact that music is experienced as if it reversed man’s normal psycho-epistemological process.

The other arts create a physical object (i.e., an object perceived by man’s senses, be it a book or a painting) and the psycho-epistemological process goes from the perception of the object to the conceptual grasp of its meaning, to an appraisal in terms of one’s basic values, to a consequent emotion. The pattern is: from perception—to conceptual understanding—to appraisal—to emotion.

The pattern of the process involved in music is: from perception—to emotion—to appraisal—to conceptual understanding.

Music is experienced as if it had the power to reach man’s emotions directly."

-Ayn Rand, em "The Romantic Manifesto"

terça-feira, 13 de maio de 2008

Madrugada

Na aspereza da madrugada,
fria e desconfortável a qualquer toque,
quando mesmo os lençóis parecem hostis,
eu pulo de um pensamento ao outro,
sem parar, resolver, aprofundar.
Tirando dor de todas as conversas imaginárias,
sentindo a ausência na altura da cintura,
a falta de propósito, de preferência,
a tristeza inquieta de concluir
que as minhas reconhecidas qualidades
descendem das minhas piores e mais primordiais falhas de caráter.

Quero não me importar
achar dentro de mim o motor
aquilo que eu quero
alguma coisa que me fascine.
Quero decidir me fascinar
Ter a coragem de escolher minha vocação
Ter a coragem de não esquecer
Ter a coragem de perdoar
Ter a coragem de expulsar
Ter a coragem de absorver.

Passar do Hedonismo
Chegar na real liberdade.

- abril de 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Insônia

Descobri como resolver meu problema crônico de insônia: preciso produzir alguma coisa...

Quando estava no ápice de uma crise bizarra de insônia (tinha dormido 2 horas na noite anterior, já eram 4h da manhã e eu ainda não tinha conseguido dormir) parei para analisar o que eu sentia naquele exato momento. Eu percebi que eu tinha a sensação de que o dia não tinha valido, porque eu não tinha produzido até então. Aí eu me dei conta de que quando eu produzo alguma coisa (aprendo alguma coisa, finalizo algum processo, ou mesmo coloco em prática algum plano antigo), eu durmo bem. Eu não tenho medo de dormir porque meu dia chegou ao fim. Quando não produzo nada, fico acordada para produzir alguma coisa. Estranho, não?

Sendo assim, o que eu preciso fazer para conseguir dormir é produzir, fazer alguma coisa que traga benefícios, que me adicione alguma coisa.

Produção gera cansaço. Cansaço gera sono.