domingo, 20 de fevereiro de 2011

Smile

Tem momentos na nossa vida que não poderiam ser descritos melhor do que com a expressão "inferno astral". Eu não acredito em astrologia (aliás, odeio astrologia), mas pego emprestado aqui o conceito. Sabe aquele momento onde tudo dá errado, e você só leva porrada da vida? Pois então. Estou num inferno astral daqueles...

Aconteceram uma série de coisas, que doeram muito, mas a que mais doeu foi perder o meu avô, uma pessoa incrível, cheia de vida, que amou a vida e cativou a todos que conheceu. Mas a coisa mais bonita que ele deixou, foi a sensação de que ele viveu plenamente, e que buscou ser feliz, acima de qualquer coisa, mesmo quando passava por momentos difíceis.

A sua música preferida era essa, e toda vez que eu a ouço (qualquer versão, em qualquer lugar, mesmo quando ela toca na minha cabeça) eu tenho a sensação de que a minha obrigação na vida é tentar ser feliz, e não deixar que essas feridas nos façam desistir desse objetivo. Não nos façam desacreditar do amor, não nos façam suportar o que não precisamos suportar, não deixem o medo nos congelar.

Então, sorri...

Smile - Charles Chaplin

Smile, though your heart is aching
Smile, even though it's breaking
When there are clouds in the sky
You'll get by...

If you smile
With your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll find that life is still worthwhile if you'll just...
Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you'll just...

If you smile
With your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll find that life is still worthwhile
If you'll just Smile...

That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying
You'll find that life is still worthwhile
If you'll just Smile.

terça-feira, 16 de março de 2010

rapidinha

Me pergunto se o q estou sentindo é felicidade.

Tudo dar certo me amedronta. Afinal, não ter nada a perder é bastante seguro.

Acho que o risco vale à pena.

domingo, 23 de novembro de 2008

Pense por você mesmo

Não há ninguém no mundo que lhe conheça melhor do que você. Ando pensando muito nisso porque, em momentos de crise pessoal, acabo ouvindo o que os outros têm a dizer sobre mim com um filtro muito mais permeável do que o usual. Concordo que às vezes é bastante difícil compreender a situação como um todo quando se está envolvida nela, mas precisamos conseguir. 

As pessoas têm suas neuroses e traumas, que acabam influenciando seu julgamento e tornando suas opiniões menos confiáveis. Isso sem falar nos interesses pessoais que inevitavelmente povoam todas as suas ações, e que normalmente diferem dos seus. Desta forma, é imprescindível que pensemos por nós mesmos, pois somos as únicas pessoas em que podemos confiar completamente - pelo menos em intenção. 

Já esperei muito de muita gente. Hoje em dia, não espero quase nada. Podem me chamar de pessimista, mas prefiro confiar nos meus braços e pernas do que nas ações e reações de outros. Ainda não aprendi a não me decepcionar, por isso não gosto de contar com a ajuda de ninguém. Isso não significa que eu ache que as pessoas são más ou coisa do tipo, mas sim que cada um tem a obrigação de cuidar de si e não tem obrigação nenhuma de cuidar dos outros. Como eu já disse neste blog anteriormente, acho que a maior virtude de alguém é não esperar ser salvo, é salvar-se por si só - ou seja, não achar que sempre haverá alguém (Deus, pais, governo...) para ajudá-lo a sair de alguma encrenca, mas trabalhar para resolver seus próprios problemas. Não é que não possamos aceitar ajuda oferecida por alguém querido, ou mesmo pedir, mas não podemos contar com isso. 

Ser ajudado por alguém que gosta de nós e quer nosso bem é ótimo, mas se não formos, isso não é uma grande decepção - nem mesmo nos questionaremos "por que fulano não me ajudou?", simplesmente resolveremos nossos problemas sozinhos.

Há algum tempo atrás eu confiei nos instintos de outros, o que me trouxe bons e maus resultados. Agora, só farei o que julgar necessário e interessante para mim. Vou pensar por mim e para mim, sem ídolos ou superegos personificados. 

Acho que este é o caminho da felicidade: pensar por mim mesma.

 


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Decisões

O que são decisões?
Eu ando pensando muito nisso. Passar um tempo "on your own" é um tremendo aprendizado em relação a isso. Sentar no banco do motorista da sua vida é bastante complicado, exige uma certa coragem, uma certa segurança. Significa que o ônus e o bônus de qualquer atitude tomada serão seus, e de mais ninguém.

Percebi que, na maior parte das vezes, as pessoas tentam fazer um seguro contra maus resultados, baseando suas decisões no senso comum, "deixando a vida lhes levar". Assim, agem da seguinte forma (mesmo que inconscientemente): Se algo der errado, no fundo o erro não é meu, mas da sociedade, dos seus pais, da vida, da sorte, do governo, de Deus...

Eu acho que o mundo só caminha quando paramos de esperar que alguém cuide de nós, e tomamos nossas próprias decisões. É assim que paradigmas são quebrados, sociedades se desenvolvem, e pessoas tornam-se verdadeiramente felizes e independentes. Enquanto acharmos que os nossos pais, nosso governo, nossos empregadores ou nossos deuses "nos dão cobertura", não pensaremos realmente sobre aquilo que escolhemos - porque já há alguém pensando por nós-, e, conseqüentemente, não atingimos o nosso máximo, o nosso ideal, a nossa independência. Somos apenas crianças mimadas, que não pensam no que fazem mas, quando percebem alguma falha, esperam alguém que os absolva.

Mas, quando temos a coragem de tomar nossas decisões, e assumimos nossas responsabilidades sobre nós mesmos, conseguimos uma paz interior incomparável. Nossas conquistas são nossas, só nossas, e são tão gostosas... Da mesma forma, nossos erros são nossos, só nossos, e são tão pesados e significativos...

Nós somos perfeitamente capazes da perfeição. Ou pelo menos, este deveria ser o objetivo. Essa história de achar que alguns traços de caráter são imutáveis é estúpida e diminutiva. Não faz juz à linda capacidade do ser humano de aprender e raciocinar. Na verdade, é pior do que isso. É nocivo. O ser humano só sobrevive devido à sua capacidade de aprendizado e raciocínio, essas são nossas armas evolutivas. Sem isso, estaríamos extintos. Se não queremos pensar, não queremos ser homens, queremos ser animais.

As decisões nada mais são do que ações conscientes, ou seja, são o final do processo de aprendizado. A partir de nossas experiências, de nossos inputs externos e do nosso raciocínio, escolhemos um determinado caminho a seguir. Não é fácil, dá medo, mas não tomar uma decisão é ainda mais amedrontador. Significa deixar nas mãos de outros, ou pior, do acaso, as nossas vidas. E por uma questão de insegurança...

Aliás, recentemente eu finalmente consegui entender a diferença entre segurança e certeza. Sentir-se seguro ao tomar uma decisão é fruto do grau de análise anterior à ação tomada. Não significa que tenhamos certeza de que algo vai sair como esperamos, mas sim que, dadas as variáveis analizadas, tomamos a melhor atitude.

Eu acho que decisão só é decisão quando envolve segurança. Senão é chute, é cego, é inumano.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Quero-quero

Eu quero me expor.

Quero ultrapassar,
quero me abrir.

Eu escolho a felicidade,
Mesmo que inicialmente emulada.

Eu quero chorar de alegria,
Não quero mais engolir a tristeza.

Quero viajar em mim,
Quero ter certeza,
Quero criar,
Quero sorrir.

Quero me seduzir.
Me atrair por tudo aquilo que eu sou,
Que eu crio,
Que eu cuido.

Quero amar,
Quero arrumar,
Quero abrir o peito e tentar.
Abraçar minha vontade
Construir minha personalidade
Gozar do êxito de uma escolha bem feita.

O mundo é pequeno. Mínimo.
E meu coração é enorme. À prova de balas.
As possibilidades são infinitas.
Basta tentar.

- Diana em 23/05/2008

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Música

"Quem ouve música sente sua solidão de repente povoada"
- Robert Browning

Não faço a mínima idéia de quem seja esse Robert Browning, mas acho essa frase perfeita. Estava discutindo gostos musicais com um amigo e parei pra pensar no porque eu gostava ou não de uma determinada música. Tinha ouvido essa frase há um tempo e imediatamente pensei nela.
Com certeza há uma explicação biológica para isso, mas a sensação de ouvir uma música que se encaixa perfeitamente no momento que se está vivendo é maravilhosa. É como se ouvir, se perceber, se aliviar. Permite, no momento seguinte, dar um passo atrás e olhar as coisas de uma forma mais clara. É catártico, sim. Mas depois da manifestação ID-ota de sentimentos, depois de ouvir sua voz na voz de outro, fica mais fácil pensar.

Então, fiquei pensando... Acho que gosto de músicas que me acompanhem, nos mais variados momentos da minha vida. Gosto de músicas que pareçam feitas pra mim, que dão forma sonora aos meus pensamentos (para efeito de clareza, não significa que eu goste de todas as letras de todas as músicas que gosto... a melodia e a emoção do intérprete estão, muitas vezes, mais sintonizadas comigo do que as letras).

Gosto também de músicas que me façam esquecer do mundo, que me façam querer dissolver e me tornar parte delas - é o caso de Hip Hop e Soul pra mim. Há algo de mágico no balanço e no quanto eu relaxo quando danço esses ritmos. Talvez tenha algo a ver com a minha freqüência cardíaca... Fui a uma Festa Phunk - que toca basicamente black music - em março, e o som estava simplesmente perfeito. Foi um momento de êxtase sensorial...

Ainda, há os casos de músicas que nos marcam por nos lembrarem alguém, algum momento, algum lugar, alguma fase da nossa vida... Eu sempre vou ficar emocionada ao ouvir "Sad Lisa", "Light Years", "Black Bird", "Coming back to life" e "Deep Water"; ou empolgada ao ouvir "O Salto", "Marcinho de Bangu" ou "Can't stop me now"... "Bohemian Rhapsody" sempre vai me lembrar a Marcelle, "Hips don't lie" a Natasha, "Papo de surdo e mudo" a Rebeca, "Metade" meu pai, "My way" minha mãe...

Música nos faz companhia, nos conecta, marca... Pra mim é uma lembrança melhor do que fotografias, porque carrega junto o que sentíamos, os cheiros, gostos, sensações, conclusões... É a expressão máxima da sensibilidade do ser humano e da sua capacidade de usar as mais variadas linguagens para construir algo simplesmente maravilhoso.

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"The fundamental difference between music and the other arts lies in the fact that music is experienced as if it reversed man’s normal psycho-epistemological process.

The other arts create a physical object (i.e., an object perceived by man’s senses, be it a book or a painting) and the psycho-epistemological process goes from the perception of the object to the conceptual grasp of its meaning, to an appraisal in terms of one’s basic values, to a consequent emotion. The pattern is: from perception—to conceptual understanding—to appraisal—to emotion.

The pattern of the process involved in music is: from perception—to emotion—to appraisal—to conceptual understanding.

Music is experienced as if it had the power to reach man’s emotions directly."

-Ayn Rand, em "The Romantic Manifesto"

terça-feira, 13 de maio de 2008

Madrugada

Na aspereza da madrugada,
fria e desconfortável a qualquer toque,
quando mesmo os lençóis parecem hostis,
eu pulo de um pensamento ao outro,
sem parar, resolver, aprofundar.
Tirando dor de todas as conversas imaginárias,
sentindo a ausência na altura da cintura,
a falta de propósito, de preferência,
a tristeza inquieta de concluir
que as minhas reconhecidas qualidades
descendem das minhas piores e mais primordiais falhas de caráter.

Quero não me importar
achar dentro de mim o motor
aquilo que eu quero
alguma coisa que me fascine.
Quero decidir me fascinar
Ter a coragem de escolher minha vocação
Ter a coragem de não esquecer
Ter a coragem de perdoar
Ter a coragem de expulsar
Ter a coragem de absorver.

Passar do Hedonismo
Chegar na real liberdade.

- abril de 2008