domingo, 29 de julho de 2007

Rios

Sou poetisa do inexistente
Pelas minhas palavras escorrem minhas ilusões.
Tento esconder meus medos, minhas angústias, minhas nostalgias,
mas para olhos atentos, sou clara como água.
Meu olhar fugidio deflagra meu auto-egano.
Minha entrega evidencia a minha admiração.
Minhas pupilas vazias fotografam meu medo do mundo.
Minhas palavras tolas escancaram a efemeridade das minhas emoções.

Por Diana em 25 de julho de 2007.

Um comentário:

Sheik Abdul Haqq disse...

Sublime a alegoria do rio para referir-se às efemeridades, e, sobretudo às emoções. Não há realmente nada mais volátil em nós do que elas. Àquele que pela manhã jurávamos nosso amor eterno, logo à tardinha já nos é motivo de ojeriza. Usando-se de mesma alegoria, buda “caminhava sobre as águas”. Se houver uma emoção verdadeiramente durável, esta só poderá ser encontrada além da correnteza. Deverá ser incondicionada pelas efemeridades. Essa emoção, incondicional e, por isso, imaculável, seria o caminhar sobre as águas.